Emprego na indústria fica estável em junho

14/08/2006 - 15h14

Adriana Brendler
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O emprego na indústria recuou 0,1% de maio para junho. Amesma variação foi observada na comparação com junho do ano passado. Asinformações constam da Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário,divulgada hoje (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE).Com os resultados de junho, o acumulado nos seis primeirosmeses de 2006 fechou em queda de 0,5% e, considerando os últimos 12 meses, orecuo foi de 0,3%. Esta é a nona vez consecutiva em que as taxas mensais deemprego na indústria ficam abaixo das registradas nos mesmos períodos de 2005. Para André Macedo, economista da Coordenação de Indústria doIBGE, o quadro geral é de estabilidade para o emprego industrial, refletindo oque acontece com os níveis de produção do setor nos últimos meses. Segundo ele,a “predominância de resultados negativos na comparação com iguais períodos de2005 é pressionada principalmente por alguns setores como o de calçados, demáquinas e equipamentos, do vestuário e de madeira”.Em relação a junho do ano passado, as demissões superaram ascontratações em sete dos 14 locais pesquisados pelo IBGE e em 10 das 18atividades consideradas no levantamento. As demissões superaram as contratações gerando as taxas maisnegativas de emprego nos setores de calçados e artigos de couro (-12,6%), demáquinas e equipamentos (-6,4%) e do vestuário (-5,5%).De acordo com o economista, os números são resultados davulnerabilidade destes setores à influência cambial, que afetou seu desempenhotanto nas exportações quanto na concorrência no mercado interno com produtosimportados. As menores taxas de emprego na indústria foram registradasno Rio Grande do Sul (-8,5%), na região Nordeste (-1,6%) e no Paraná (-2,2%). A maior contribuição negativa para o resultado da indústriagaúcha foi da atividade de calçados e artigos de couro (-20,1%). No caso dasindústrias nordestina e paranaense, a influência negativa veio do setor devestuário (-4,1% e -10,7% respectivamente). Houve aumento do emprego na indústria nas regiões Norte eCentro-Oeste (9,8%), em São Paulo (1,1%) e em Pernambuco (3,2%).Os setores que mais contrataram foram os de alimentos ebebidas (7,4%); máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (5,9%);e refino de petróleo e produção de álcool (12,8%).Esses tipos de indústria também foram os que mais expandiramo número de horas pagas, que é um indicador de possíveis contratações nofuturo. De acordo com levantamento do IBGE, houve ampliação de 0,2%, no númerode horas pagas pela indústria em todo o país, tanto em relação ao mês de maio,como na comparação com junho do ano passado.Segundo a pesquisa, o valor da folha de pagamento dostrabalhadores da indústria também cresceu 0,2% de maio para junho. Com oresultado, o segundo positivo consecutivo, a folha de pagamento real acumulaexpansão de 0,7% desde abril, e de 1,4% em relação a junho do ano passado. Para André Macedo, a alta “pode ser explicada pelocomportamento dos preços e também por uma recuperação dos salários,principalmente nos últimos dois meses”.