Assassinatos no Ceará serão discutidos pelo Conselho de Defesa da Pessoa Humana

11/08/2006 - 10h58

Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O assassinato de quatro adolescentes e dois policiais militares em Fortaleza, capital cearense, deve ser investigado por uma comissão do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana. "O conselho vai tomar um posicionamento para que o caso seja incluído como um caso de violação aos direitos da pessoa humana, tanto por parte dos policiais assassinados quanto dos menores mortos", disse Regino Pinho, assessor da secretaria.O Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana vai discutir, em sua próxima reunião, o caso denunciado por grupos de direitos humanos. E deve encaminhá-lo para uma comissão especial do conselho que investiga grupos de extermínio, segundo Pinho.Segundo o assessor da Secretaria de Direitos Humanos, a comissão já está investigando denúncia de grupo de extermínio também do Ceará. O caso foi denunciado pelo Ministério Público cearense, que apontou a existência de uma milícia privada, formada por policiais em horário de folga, que trabalhava para a rede de farmácias Pague Menos. O grupo teria assassinado cerca de 30 pessoas, entre 2000 e 2002. Ano passado, a delegada Cândida Brum foi afastada do cargo após uma gravação telefônica, autorizada pela Justiça, mostrar que ela negociou o assassinato de um jovem suspeito de assalto à farmácia.O governo do Ceará não tomou as medidas cabíveis para resolver o caso da rede de farmácias, segundo Pinho. "Até o momento não conseguiram colocar o caso a diante. Foi enviado um relatório ao governo em que se apurou a participação dos policiais e também dos assassinatos dos menores ", disse. Segundo Pinho, esse relatório pede o indiciamento de funcionários do governo cearense. "A secretaria continua cobrando do governo do estado que apure o caso", afirmou.