Rodada sobre comércio mundial deve avançar nos próximos meses

29/07/2006 - 20h36

Aline Beckstein
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, avalia que é possível retomar as negociações da Rodada de Doha, ocorrida na semana passada em Genebra (Suíça) e da qual participaram representantes do G 6.Hoje (29), durante a reunião com a representante de Comércio dos Estados Unidos, Susan Schwab, Amorim disse acreditar em avanços nos próximos cinco ou sete meses.Segundo ele, todos os países deveriam retomar reuniões na tentativa de viabilizar a rodada, já que um fracasso seria prejudicial para todos.“A saída seriam os acordos bilaterais e a OMC [Organização Mundial do Comércio] passaria a funcionar apenas como recurso para a solução de disputas comerciais”, observou. “É possível sobreviver sem a conclusão da rodada, mas isso seria pior para todos os países do mundo”.A Rodada Doha foi criada em 2001 com o objetivo de promover a abertura do mercado global especialmente para aumentar a participação dos países em desenvolvimento no comércio exterior. A partir de 2003, quando os temas agrícolas e industriais foram introduzidos nas discussões, a rodada travou.A representante norte-americana também disse estar otimista na possibilidade de avanço. Segundo ela, os governos dos países membros da OMC devem intensificar as negociações nos próximos meses, pois, caso contrário, a Rodada de Doha seria totalmente inviabilizada.Na avaliação de Schwab, as negociações também seriam essenciais "por seu potencial de gerar crescimento, abrir mercados, eliminar e reduzir subsídios distorcivos e, principalmente, ajudar a aliviar a pobreza”.Sobre a motivação dos Estados Unidos na contribuição desse processo, ela afirmou que o país está disposto a fazer concessões na área de subsídios agrícolas.Ela ressaltou, no entanto, que a União Européia também precisaria fazer esforços. Segundo Schwab, os subsídios norte-americanos a produtores agrícolas representam um terço do valor concedido pela União Européia.A falta de acordo entre os países membros da Organização Mundial de Comércio (OMC) sobre a redução das tarifas para produtos agrícolas e bens industrializados e serviços poderá representar o fim dos esforços do Doha, iniciados no ano de 2001.