Laboratório investigará morte de crianças no Rio

08/07/2006 - 18h30

Cristina Índio do Brasil
Repórter da Agência Brasil
Rio - O Centro de Controle de Zoonoses do município de Campos, no Norte Fluminense, vai encaminhar na próxima segunda-feira (10) à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) parte do material de anatomia patológica recolhido de duas das quatro crianças que morreram no período de um mês, ainda sem explicação.O material vai seguir junto às coletas laboratoriais de sangue feitas em 20 parentes e vizinhos das crianças que moravam no Parque Santa Rosa, uma área rural da cidade. Segundo o médico, as crianças apresentaram quadro clínico semelhante, com vômitos, náuseas, febrícolas, tonteiras e rapidamente entraram em parada cardio-respiratória seguida de morte súbita com provável hemorragia pulmonar.Souza acrescentou que ainda não há confirmação da causa das mortes, mas pelos sintomas é possível que seja uma doença transmitida por roedores. “É muito difícil se pensar em outra doença que não hantavirose, transmitida por roedores. É uma forma mais grave que a leptospirose e geralmente são roedores mais ligados às áreas rurais”, explicou.Ele disse, ainda, que duas crianças tinham quatro anos, uma oito e outra sete meses de idade, a única que chegou a ser hospitalizada. As outras já foram levadas ao hospital com quadro de parada cardio-respiratória. As mortes começaram a ocorrer em maio, com a diferença de uma semana entre um caso e outro.Na avaliação do médico, a situação é preocupante, por isso os irmãos das crianças que não apresentaram a doença foram levados para casas de parentes.O diretor afirmou, também, que os moradores próximos às duas casas estão sendo acompanhados por equipes da Vigilância Sanitária e do Programa Saúde da Família. “Estamos trabalhando no local com vigilância permanente. Fizemos higienização das casas e toda a rua está sendo monitorada e qualquer sintoma vamos acompanhar o paciente o mais rápido possível. Temos também armadilhas para capturar roedores. Se recolhermos algum doente, também levaremos para análise do Departamento de Hantavirose da Fiocruz para avaliarmos o diagnóstico”, acrescentou.Ele observou que o Brasil é o quarto país em incidência de hantavirose. Já foram verificados casos em outros estados como São Paulo, Brasília e Goiás e, ainda, Minas Gerais e Pará.