Singer defende uso da economia solidária para superar crise dos presídios

28/06/2006 - 21h08

Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O secretário nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho, Paul Singer, acredita que a economia solidária, além de se consolidar como importante alternativa econômica para o desenvolvimento do país, pode contribuir para superar a crise na segurança pública brasileira, na medida em que chegar aos presídios. Conforme defendeu Singer, ações nesse sentido precisam ser elaboradas com urgência.

"A economia solidária pode permitir que os detentos ganhem seus sustentos, de suas famílias e possam, além de trabalhar, se qualificarem profissionalmente para quando saírem da prisão ter um trabalho digno", disse Singer. A economia solidária, neste sentido, seria uma "excelente" alternativa, pois não depende da existência de emprego formal.

Levar este novo segmento da economia brasileira para dentro das cadeias tem sido umas das prioridades da Secretaria Nacional de Economia Solidária, entidade ligada ao Ministério do Trabalho. "A idéia é formar associações produtivas, quem sabe cooperativas de apenados e de prisioneiros, de semi-livres, de egressos e até de parentes de detentos, para que possam criar nesses grupos uma oportunidade econômica legal".

Essa idéia, conforme anunciou Paul Singer, nasceu depois dos recentes motins deflagrados nos presídios de São Paulo, mobilizados pela facção Primeiro Comando da Capital (PCC). "Os ministérios do governo Lula estão debruçados sobre esta tarefa, junto com entidades da sociedade civil, para ver se a gente humaniza o ambiente dentro das prisões e, sobretudo, garanta a reintegração social, econômica e cidadã dos que hoje estão cumprindo pena", finalizou.