Coordenador de movimentos de moradia defende ocupação como forma de forçar governo ao diálogo

28/06/2006 - 20h35

Érica Santana
Repórter da Agência Brasil

Brasília - As ocupações de prédios públicos, construções privadas embargadas e outros tipos de imóveis são um instrumento forçar que o governo dialogue com os movimentos sociais que defendem a melhoria das cidades e o acesso da população à moradia digna. A afirmação é do o coordenador nacional da União Nacional por Moradia Popular (UNMP), Donizete Fernandes de Oliveira.

"As ocupações são uma forma de luta do nosso movimento", diz o coordenador, em entrevista à Agência Brasil. "Quando há diálogo, conferências e conselhos, o movimento pode conversar com o governo. Agora, quando não se têm conselhos de habitação, quando não se tem participação popular e o governo quer fazer o que quer, a gente acha que a melhor forma de luta dos movimentos são as ocupações."

Donizete afirma que a prática vai prosseguir no país. "A propriedade privada é muito forte no nosso ordenamento jurídico e nós temos que fazer na marra as leis para os oprimidos, ou seja, para quem ganha de um a três salários mínimos."

Hoje (28), no dia da Jornada de Luta pela Reforma Urbana e pelo Direito à Cidade, cerca de 300 pessoas de diversos movimentos pela moradia ocuparam um terreno da prefeitura de São Paulo e acamparam em frente do prédio da prefeitura.