Pesquisadora diz que, temporariamente, estrangeiros vão operar rotas internacionais no Brasil

22/06/2006 - 16h44

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio – No setor de aviação civil, os mercados doméstico e internacional têm características diferentes. A pesquisadora Heloísa Pires, da coordenação de Programas de Pós-Graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), disse que, no Brasil, o mercado internacional vinha sendo explorado até hoje majoritariamente pela Varig. Segundo ela, a Gol e a TAM não tinham capacidade financeira e operacional para crescer nesse sentido e conseguir atender ao mercado.

Essa oportunidade, diz Pires, tende a se ampliar agora, com uma possível saída da Varig do cenário nacional. No entanto, ela avalia as duas companhias aéreas não terão capacidade operacional, administrativa e financeira para implementar vôos em todas as rotas anteriormente operadas pela Varig.

"Durante algum tempo, o mercado internacional vai continuar sendo explorado por empresas de outras nações. Talvez a gente até passe por um momento de diminuição de rotas mas, dependendo da quantidade de recursos que essas empresas tenham e de sua capacidade administrativa, isso pode se regular em um espaço de tempo relativamente curto", estimou.

Em relação às rotas internacionais, ela afirma que os acordos bilaterais firmados entre países para esse tipo de vôo continuam em vigor, apesar da crise da Varig. Isso garante às empresas estrangeiras exercer os acordos em sua "plenitude", desde que tenham capital para implementar as rotas. Ou seja, até as companhias nacionais conseguirem absorver essas rotas, os brasileiros serão "obrigados a voar em aviões de bandeira não-nacional".