Presidência da Câmara dos Deputados rebate, em nota oficial, críticas do MLST

14/06/2006 - 22h20

Brasília, 14/6/2006 (Agência Brasil - ABr) - Em nota oficial divulgada na noite de hoje (14), a assessoria de imprensa da presidência da Câmara dos Deputados rebateu as criticas feitas pelo Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) ao presidente da Casa, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), e também o "envio de mais de 500 trabalhadores rurais para a penitenciária da Papuda".

A nota informa que a Câmara foi surpreendida com a invasão dos militantes do MLST, "sem que houvesse qualquer pedido formal de audiência para a entrega de pauta de revindicações". E que Aldo, em conversa rápida com o líder do movimento, Bruno Maranhão, anunciou que ele seria autuado e preso, e que a invasão era desnecessária, pois o presidente da Câmara o teria recebido de forma pacífica, como já havia feito com líderes de outros movimentos sociais.

Na conversa, segundo a nota, Maranhão tentou convencer Aldo de que a depredação não tinha sido provocada pelo MLST e sim por outros movimentos que estavam na Casa no momento da invasão: "A insinuação foi prontamente descartada por Aldo Rebelo, que afirmou ter informações de que o MLST fora de fato o autor da invasão".

A presidência da Câmara afirma ainda que "a nota do MLST mente ao dizer que o deputado Aldo Rebelo fez um acordo para suspender as prisões caso os manifestantes deixassem o Salão Verde. Este acordo nunca existiu e as duas reuniões foram presenciadas por parlamentares do PT, Psol e do PCdoB". E informa que uma semana antes da invasão, Aldo teria encontrado Bruno Maranhão e dito a ele que quando solicitasse uma audiência, "as portas da presidência da Câmara estariam abertas ao MLST".

A nota da Câmara acrescenta que "não houve em nenhum momento uso de violência ou contrangimento dos presos. O Corpo de Bombeiros do DF e o Departamento Médico da Câmara acompanharam todos militantes para prestar assistência". E reitera que o MLST mente ao dizer que a polícia legislativa usou cassetetes e balas de borracha contra os militantes: "A Polícia Legislativa não tem tais objetos entre seus equipamentos. A Polícia Legislativa é orientada e faz parte de sua doutrina agir pela persuasão e com diálogo. Ela é preventiva e trabalha para evitar tumultos".

Para Aldo Rebelo, "ao invadir a Câmara com paus e pedras, depredar o patrimônio público e ferir servidores sem dar chance ao diálogo, o MLST maculou sua bandeira". E "ao mentir na sua nota, mais uma vez o MLST se desmoraliza como movimento que se propõe a ser a voz dos trabalhadores do campo".