Polícia Federal comanda inquérito sobre a invasão da Câmara

08/06/2006 - 18h23

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), informou, na tarde de hoje (8), que sua missão no caso da invasão da Casa por militantes do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) terminou quando ele ordenou as prisões. "A minha missão terminou quando, por razões óbvias, dei ordem de prisão a quem invadiu a Casa e usou métodos violentos e depredou o patrimônio do povo", afirmou.

Segundo ele, a partir daí, é responsabilidade da Justiça e da polícia. "Portanto, eu tenho que respeitar as decisões da Polícia Federal e da Justiça", afirmou o deputado, em resposta a uma pergunta sobre a liberação da maioria dos presos.

Segundo a assessoria de imprensa da presidência da Câmara, os dados dos manifestantes e da invasão do MLST, coletados e apurados pela Polícia Legislativa da Casa, já estão em poder da Polícia Federal, que passou a comandar o inquérito. De acordo com a assessoria, ainda hoje, a Polícia Federal e a Polícia Legislativa entregam à Justiça Federal e ao Ministério Público o inquérito sobre a invasão ao prédio da Câmara, ocorrida na última terça-feira (6).

A assessoria informou que a Polícia Federal deverá pedir que continuem presas as 42 pessoas identificadas como líderes do movimento e como autoras da depredação do prédio. Quando aos outros detidos (498 pessoas), será feito o pedido de relaxamento da prisão, o que quer dizer que devem ser soltos logo. Ainda segundo a assessoria, todos os manifestantes foram fotografados pela Polícia Legislativa e poderão ser novamente presos, se ficar comprovada a participação direta no episódio, com base em novas avaliações das fitas gravadas pela TV Câmara, por outras emissoras e pelo circuito interno da Casa.

Participaram das negociações para o encaminhamento do caso e da tramitação do inquérito com a direção da Câmara cinco procuradores da República do Distrito Federal. Todos os manifestantes foram autuados e cabe ao Ministério Público decidir se encaminha denúncia à Justiça Federal, informou a assessoria da Câmara.