Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio - A ameaça de falência ainda não está descartada no caso da Varig. O juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, que preside o processo de recuperação judicial da companhia aérea, não elimina essa possibilidade mesmo com a existência da proposta única para compra das rotas domésticas e internacionais. A oferta foi apresentada hoje (7) durante o leilão judicial pela empresa NV Participações, que representa os funcionários do grupo Varig.

O juiz explicou que a nova Lei de Recuperação de Empresas, que substituiu a antiga Lei de Falências e Concordatas, é muito clara e indica que a possibilidade de decretar falência existia há um ano e existe sempre. "Pela letra fria da lei, a solução seria a falência", afirmou. A única proposta de compra também não é definitiva. Ela está sujeita à aprovação pelo juiz no prazo de 24 horas.

Caso haja a rejeição da proposta de compra, o juiz afirma que isso pode não significar a falência. "Enquanto não examinar a proposta, eu não posso ser irresponsável de me antecipar", disse Ayoub, declarando-se feliz por saber que houve uma proposta que acabou com as especulações levantadas em torno da ausência total de interessados.

Ayoub afirmou que prefere trabalhar com a perspectiva de aprovação da proposta. "Eu prefiro acreditar. Se for aprovada, qual é a solução? É a continuidade da empresa. O princípio cardeal da lei, que inspira a lei, é o da manutenção da unidade produtiva. Se essa proposta, que não conheço em detalhes, for viável como acredito que seja para a manutenção da empresa, acatarei, aceitarei, homologarei", prometeu.