Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Brasília – As relações entre o Brasil e a Bolívia caminham para a normalidade, "dentro de um diálogo o mais franco e aberto possível", segundo disse hoje (7) o assessor especial da Presidência da República para Assuntos Externos, Marco Aurélio Garcia.

Marco Aurélio Garcia disse, em conversa com jornalistas, que tem havido "diálogo permanente e em bom nível" do ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, com as autoridades comerciais da Bolívia. Toda a questão comercial, segundo ele, tem mecanismos de negociação através dos quais os problemas podem ser solucionados, e "temos que negociar em todos os sentidos para não sermos surpreendidos".

Questionado sobre a possibilidade de "endurecimentos" para defender os interesses da Petrobras no episódio, Marco Aurélio afirmou que comentários condicionais, do tipo "se acontecer isso, vamos fazer aquilo", não contribuem para o processo de construção da comunidade sul-americana. Ao contrário, "servem para alimentar a cizânia", segundo ele.

O assessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi convidado pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado para esclarecer divergências de posições públicas na condução da crise envolvendo a comercialização de gás boliviano para o Brasil, através da Petrobras.

Apesar de 11 senadores terem apoiado o requerimento para convocar Marco Aurélio Garcia, apenas o senador Roberto Saturnino, presidente da Comissão, e os senadores Heráclito Fortes (PFL-PI), autor do requerimento, e Eduardo Azeredo (PSDB-MG) compareceram. Depois de esperar algum tempo e não haver quórum, o parlamentar fluminense pediu desculpas ao convidado, que se ofereceu a retornar em outra oportunidade, se necessário.