Inflação dos últimos meses garante que meta para 2006 será atingida, prevê Ipea

07/06/2006 - 19h03

Rio, 7/6/2006 (Agência Brasil - ABr) - A redução das taxas de inflação nos últimos meses garante ao Brasil atingir sua meta inflacionária para 2006. A avaliação foi feita hoje (7) pelo coordenador do Grupo de Acompanhamento Conjuntural do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Fábio Giambiagi, durante a divulgação do Boletim Trimestral de Conjuntura elaborado pela instituição.

De acordo com Giambiagi, desde março os índices de inflação vêm confirmando as expectativas de desaceleração de preços: "Não há ameaças para o Brasil cumprir as metas de inflação" afirmou, depois de considerar "boa" a taxa de abril e "excelente" a de maio. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado nos últimos 12 meses (4,6%), acrescentou, está "quase batendo na meta do governo" que é de 4,5% – a mesma prevista em março pelo Ipea para 2006.

Ele disse acreditar que há possibilidade de fechar o ano abaixo dessa taxa. No boletim divulgado hoje, a projeção do Instituto para a inflação em este ano recuou para 4,4% e a previsão de inflação para 2007 é de 4,7%.

Além das baixas taxas de inflação, segundo Giambiagi, as possibilidades de crescimento da indústria dão tranqüilidade ao Banco Central para continuar reduzindo a taxa básica de juros da economia (taxa Selic). "Nós entendemos que o cenário do comportamento recente da inflação e da utillização da capacidade instalada da indústria, que ainda é baixa, deixam o Banco Central em posição muito confortável para dar continuidade ao processo de redução da taxa de juros", disse.

Em função dessa expectativa, o Ipea reviu a previsão anterior de que a taxa Selic chegaria ao final do ano em 14,5% – hoje trabalha com a estimativa de 14%. Giambiagi salientou, no entanto, que o recuo dos juros pode ocorrer até o final do ano, mas que haverá resistência para redução da taxa quando se chegar ao patamar dos 14%. "Para uma redução maior seria necessário observar os rumos da política fiscal no próximo ano", avaliou.