Coordenador do Ipea defende reformas para manter crescimento econômico

07/06/2006 - 19h02

Rio, 7/6/2006 (Agência Brasil - ABr) - É necessário fazer reformas para que a economia brasileira continue em crescimento, defendeu hoje (7) o coordenador do Grupo de Acompanhamento Conjuntural do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Fábio Giambiagi. Segundo o Boletim Trimestral de Conjuntura elaborado pela instituição e divulgado hoje, a estimativa é que em 2007 o Produto Interno Bruto (PIB, que é a soma das riquezas e serviços produzidos no país) cresça à mesma taxa prevista para 2006 – de 3,8%.

Os fatores que podem impedir a economia de crescer no ano que vem, de acordo com Giambiagi, são as incertezas em relação ao cenário externo de juros e as dúvidas quanto ao resultado das eleições presidenciais. O momento atual de dinamização, acrescentou, vai depender da sinalização do próximo governo sobre os rumos que serão dados à política econômica.

O coordenador citou a necessidade de dar menos ênfase a política monetária, reforçar a política fiscal e principalmente retomar as reformas previdenciária, fiscal e tributária. "Para o país crescer acima de 4% é necessário retomar a agenda de reformas que existiu até 2003, independentemente de quem vencer as eleições", afirmou.

Ele também citou, como aspectos que causam incertezas em relação ao desempenho do PIB no ano que vem, o fim da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) e da DRU (Desvinculação de Recursos da União), previstos para dezembro de 2006. Esses dois mecanismos, juntos, representam 2% do PIB.

Na avaliação de Giambiagi, três situações podem acontecer: sem a renovação da CPMF e da DRU, haverá queda na arrecadação; com a renovação, o problema é resolvido apenas temporariamente; ou se opta por adotar um conjunto de medidas que renovaria os instrumentos, mas com previsão de redução gradual da CPMF e aumento correspondente da DRU. Essa última é a opção indicada pelo Ipea.