Chegam ao presídio 63 dos quase 500 manifestantes presos por vandalismo no Congresso

07/06/2006 - 17h51

Lourival Macedo e Vladimir Platonow
Repórteres da Rádio Nacional e da Agência Brasil

Brasília – Chegaram ao presídio da Papuda, no Distrito Federal, onde ficarão presos, os primeiros 63 manifestantes ligados ao Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST). Eles chegaram em dois ônibus, escoltados por dez viaturas da Polícia Militar. Os manifestantes presos estão saindo do Instituto Médico Legal (IML) em grupos de 50, para serem transferidos para a Papuda.

Segundo o delegado da 2ª DP, Antonio Coelho, 12 militantes foram indiciados por formação de quadrilha, corrupção de menores e dano ao patrimônio público. Além desses crimes, três deles foram indiciados por tentativa de homicídio contra o funcionário do Congresso que levou uma pedrada na cabeça. Eles foram presos em flagrante e ficarão no presídio à disposição da Justiça.

Agora, 466 integrantes do Movimento de Libertação dos Trabalhadores Sem Terra (MLST) estão retidos no ginásio de esportes Nilson Nelson. Eles passaram a noite sentados em cadeiras nas arquibancadas do ginásio, enquanto eram interrogados, um a um, pela polícia legislativa. No total, 549 foram detidas. Neste momento, 466 permanecem no ginásio, 11 supostos líderes foram para a 2ª DP, 42 são menores, encaminhados para a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente e depois à Casa do Albergado, em Taguatinga, e os restantes estão já no presídio da Papuda ou a caminho.

O primeiro grupo saiu às 13h30 do ginásio para o Instituto Médico Legal (IML). Lá, os detidos passaram por um exame de corpo delito e, em seguida, assinaram um documento assumindo culpa pelos atos de vandalismo praticados na Câmara dos Deputados. Esse grupo chegou ao presídio da Papuda às 16h35. O próximo ônibus ainda não saiu do ginásio.

O comandante do Policiamento Metropolitano de Brasília, coronel Antonio Serra, disse que a saída dos detidos do ginásio depende do volume de documentos preparados pela 2ª DP. Como são quase 500 detidos, os autos de prisão em flagrante demoram a ser elaborados.

"Os documentos estão sendo feitos na 2ª DP, mas pela Polícia Judiciária Legislativa. É feito o auto de prisão em flagrante de cada pessoa, a nota de culpa, um ofício de encaminhamento ao IML e outro ao presídio", explicou Serra.

De tarde, a Secretaria de Segurança Pública autorizou dois ônibus do MLST a levar pertences dos detidos ao ginásio. São malas e mochilas com roupas e colchões, que antes de ser entregues passaram por uma vistoria. A secretaria determinou durante a tarde a transferência de todos os detidos para a Papuda, sem que passem antes pelo IML.