Brasil é escolhido pelo BID para iniciar programa de inclusão social

07/06/2006 - 17h31

Edla Lula
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O Brasil foi um dos países escolhidos pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para dar início ao programa Criar Oportunidades para Todos. O programa será lançado durante a conferência do banco, de 11 a 13 de junto, em Washington, em que setores privados, governos e entidades não-governamentais discutirão novos métodos para promover a inclusão social.

A iniciativa contará com Centros de Inovação e Oportunidade, para desenvolver pesquisas e ações para solucionar questões relacionadas à população de baixa renda. Até 2011, o banco pretende implementar, anualmente, 100 projetos pilotos, distribuídos nas áreas de Democracia Financeira, Compromisso Empresarial, Infraestrutura Básica, Habitação, Conectividade Digital e Identificação de Pessoas.

Segundo o presidente do BID, Luis Alberto Moreno, a intenção é atacar diretamente os obstáculos que impedem que a maioria possa melhora a sua qualidade de vida. "Como fazer para que esta grande maioria, que abarca 70% de nossa gente, ou uns 360 milhões de pessoas possam ter mais oportunidade de negócio?", indagou. Segundo ele, o programa Criar Oportunidades para Todos pretende encontrar essas respostas.

Uma das propostas é desenvolver projetos de parcerias entre os setores público e privado. Por isso, durante o evento do fim de semana, diversas empresas irão relatar suas experiências na área de responsabilidade social. Entre os expositores estão o ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton; a primeira-ministra da Jamaica, Portia Simpson Miller; o cardeal Oscar Rodríguez de Honduras; o presidente da Telmex, Carlos Slim; Jonathan Lash, presidente do World Resources Institute; Hernando de Soto, presidente do Instituto Libertad y Desarrollo e Nicholas Negroponte, da Fundação One Laptop per Child, e Guilherme Leal, presidente da empresa de cosméticos Natura.

O presidente do BID ressaltou que o banco manterá as operações tradicionais de financiamento de programas governamentais e do setor privado ligados ao desenvolvimento. O montante a ser disponibilizado para os projetos só deve ser divulgado em setembro. Anualmente, o banco empresta entre US$ 5 e US$ 8 bilhões. Para o Brasil, os recursos são de até US$ 2 bilhões por ano. "Uma parte disso será direcionada para a nova iniciativa", afirmou o representante do BID no Brasil, Waldemar Wirzig. Os presidentes Evo Morales, da Bolívia e Álvaro Uribe, da Colômbia, estão convidados à reunião.