Preços ao consumidor em São Paulo têm menor oscilação mensal desde fevereiro de 2000, indica Fipe

05/06/2006 - 12h13

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - O Índice de Preços ao Consumidor medido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) voltou a desacelerar e registrou taxa negativa (deflação) de 0,22% no mês de maio. Foi a menor oscilação mensal desde fevereiro de 2000, quando a taxa havia recuado 0,23%.

Na terceira prévia do mês, o índice teve queda de 0,05%, enquanto tinha encerrado o mês de abril com estabilidade em 0,01%. De acordo com o coordenador da pesquisa, Paulo Picchetti, o índice médio acumulado nos 12 meses encerrados em maio é de 1,97%, o mais baixo desde julho de 1999, quando o índice de 12 meses ficou em 1,36%.

Ele explicou que o principal fator foi a redução generalizada de preços dos alimentos. "As carnes, que vinham revertendo a tendência de alta, ajudaram a empurrar os preços para baixo. A volatilidade (oscilação) do mercado tem indicado boas condições de oferta dos produtos em geral".

Com maior quantidade dos produtos no mercado, os preços caem, conseqüentemente. A variação do grupo de alimentação ficou em -0,89%, uma queda bem mais acentuada do que na semana anterior, quando apresentou oscilação negativa de -0,35%.

Outro grupo que também registrou forte desaceleração foi transporte, que registrou -0,37% na terceira semana e fechou o mês em 0,61%, em razão da queda dos preços do álcool combustível "que vêm caindo bastante nesse período de plena safra", observou Picchetti.

Quanto ao grupo saúde que apresentou a maior variação (0,80%), o coordenador da pesquisa justificou que o índice ainda sofre a influência da alta de preços dos remédios. "Mas eles (remédios) já começaram a cair desde a última semana", informou. Apesar de manter-se em alta, o grupo saúde mostra diminuição no ritmo de correções, pois a taxa anterior foi 1,18%.

Os demais setores pesquisadores registraram as seguintes variações: habitação (-0,01%); despesas pessoais 0,02%; vestuário 0,39% e educação 0,10%. Na avaliação de Picchetti, todos os indicadores do mercado, incluindo os preços das contas administradas pelo poder público, apontam tendência de estabilidade.