Brasília, 21/4/2006 (Agência Brasil - ABr) - A sementes de gonçalo-alves, um arbusto do cerrado, germinaram mais rápido no espaço do que as que brotaram aqui na Terra. A conclusão é da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
A experiência ainda não terminou, diz a pesquisadora Antonieta Salomão, da Embrapa. Ainda é preciso verificar muitas outras possíveis mudanças nos brotos, além da rapidez da germinação. Porque o objetivo é descobrir formas mais eficientes de conservar as plantas tropicais.
Nessa experiência, na verdade, está em estudo todo um conjunto de plantas, que são as espécies tropicais, representados pelo gonçalo-alves.
A Embrapa trabalha com a perspectiva de voltar a trabalhar no espaço. No futuro, outros experimentos podem ser feitos. Uma possibilidade interessante é tentar produzir substâncias úteis dentro de células de animais e de plantas.
Outra experiência que ainda está sendo feita é a do pé-de-feijão, criada por alunos de primeiro grau de São José dos Campos, SP. A coordenadora dos experimentos, Elisa Saeta, disse que os meninos plantaram as sementes que brotaram no espaço.
Também plantaram sementes que tinham brotado aqui na Terra, enquanto o astronauta Marcos César Pontes estava em órbita. Elisa acha que daqui a duas semanas já vai dar para comparar os dois feijões.
Na capital paulista, o pesquisador Alessandro La Neve, da Faculdade de Engenharia Industrial, também está entrando na etapa da comparação. La Neve está estudando as reações de algumas substâncias muito importantes para o organismo, chamadas enzimas.
As reações das enzimas no espaço foram registradas, e Marcos Pontes trouxe os dados para serem entregues a La Neve. Agora o pesquisador vai refazer as reações no seu laboratório. Depois vai comparar os dois resultados. Ele acredita que as experiência estará concluída daqui a um mês.