Vale do Rio Doce contesta criação de ''lista suja'' de trabalhadores terceirizados grevistas

30/03/2006 - 19h45

Rio, 30/3/2006 (Agência Brasil - ABr) - Em nota divulgada há pouco, a Companhia Vale do Rio Doce contesta informação de que teria criado uma "lista suja" de trabalhadores terceirizados que, por terem participado de greve, não poderiam ser contratados por empreiteiras que lhe prestam serviço. A Justiça do Trabalho do Maranhão condenou a empresa a pagar multa de R$ 1 milhão por danos morais coletivos, acatando denúncia do Ministério Público.

De acordo com a nota, "as listas relatadas pelo Ministério Público do Trabalho nunca foram usadas para discriminar trabalhadores, nem tampouco impedir-lhes o acesso ao emprego". A companhia argumenta que a maioria das pessoas incluídas nas listas elaboradas por suas contratadas continuava trabalhando nas plantas industriais da empresa, quando foi ajuizada a ação civil pública, e não sofreu "qualquer constrangimento".

O único objetivo das listas, acrescenta a nota, era "identificar os trabalhadores por elas (empreiteiras) demitidos e que, portanto, não estariam autorizados a entrar na área operacional da Vale". A empresa afirma também que "todos os documentos produzidos pelo Ministério Público foram conseguidos durante inquérito civil que ocorreu em sigilo, sem que a CVRD tivesse a oportunidade de se manifestar ou contribuir, com clara ofensa aos princípios fundamentais constitucionais da ampla defesa e do contraditório".

Somente na unidade da capital maranhense, a Companhia Vale do Rio Doce responde por cerca de 10 mil empregos diretos e indiretos, segundo informou a assessoria de imprensa da empresa.