Lustosa diz que homologação de terra indígena Nhande Ru Marangatu depende de decisão judicial

30/03/2006 - 18h40

Milena Assis
Da Agência Brasil

Brasília - O presidente em exercício da Fundação Nacional do Índio (Funai), Roberto Lustosa, afirmou hoje (30) que a homologação das terras dos índios Guarani-Kaiowá, no Mato Grosso do Sul, depende de decisão judicial. Os índios estão no acampamento às margens da BR 384, onde duas crianças morreram na última segunda feira (27).

Segundo ele, "a Funai cumpriu toda a missão que tinha para a regularização fundiária dessa terra" (Nhande Ru Marangatu), de onde os índios Guarani Kuaiowá foram despejados e que, "agora, uma equipe do Mato Grosso do Sul tem dado a assistência possível a eles".

Lustosa afirmou que a Funai e a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), têm estabelecido metas para a promoção da saúde indígena e que há observadores da fundação na Conferência Nacional de Saúde Indígena, realizada pela Funasa, para as principais discussões.

De acordo com ele, a terra, o cuidado com a alimentação e a proteção ambiental são meios de constituir uma melhor saúde indígena. "Estamos identificando problemas recentes, como o lixo na aldeia, que no passado não existia. Vamos disciplinar melhor os recursos sociais que vão para as aldeias e temos de cuidar do modo de alimentação dos índios, que estão mudando aos poucos."

Para Lustosa, toda a mudança vinculada à proximidade do índio com a sociedade resultou na presença de algumas doenças da civilização, como diabetes, pressão alta e obesidade, que não havia no passado.

"Temas como a homologação de terras indígenas, educação e saúde serão temas discutidos na Conferência Nacional de povos Indígenas em Brasília, no dia 12 de abril", ressaltou Lustosa.

No evento, cerca de mil delegados de aldeias de terras indígenas, com representação política efetiva, vão estar presentes. "É um bom momento para a discussão fundiária", que segundo ele, "obteve um grande avanço, já que 54 terras indígenas foram homologadas nos últimos quatro anos".