Jovens de todo o país estão em Brasília para discutir políticas públicas para seus interesses

30/03/2006 - 19h36

Michèlle Canes
Da Agência Brasil

Brasília – Para tentar traduzir as demandas da juventude brasileira em políticas públicas, cerca de 350 jovens de todo o país se reúnem hoje (30) e amanhã em um seminário organizado pela Câmara dos Depurados em Brasília. A principal proposta do evento é discutir com os jovens o aprimoramento do texto do Projeto de Lei (PL) 4.530, que aprova o Plano Nacional da Juventude.

O presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), Thiago Franco, considerou a iniciativa "excelente". "O fruto só pode ser positivo. Até hoje tivemos poucos momentos na história do nosso país para fazer debates sobre a juventude", disse. Para ele, o evento é uma oportunidade de tentar atender às demandas de jovens de todo o país, que vivem nas mais diferentes realidades. "O grande desafio é traduzir essas demandas em políticas públicas para a juventude em um relatório geral para possibilitar que outros poderes também tomem iniciativas para políticas para a juventude".

A estudante Maria das Graças Mariano, presidente da União Municipal de Estudantes em Manaus e membro da União da Juventude Socialista (UJS), participa do encontro representando o estado do Amazonas. Para ela, "o plano é um primeiro passo, mas hoje não temos políticas públicas para a juventude. Para pôr em prática vamos precisar de uma discussão exaustiva sobre o tema", afirmou.

Além de discutir os 13 assuntos propostos pela agenda do encontro, os estudantes aproveitaram para falar também sobre o papel do movimento estudantil e lutas de outros estudantes pelo mundo. Segundo Maria das Graças, o movimento estudantil está mais responsável e vem ganhando espaço e respeito participando assim, de muitas das decisões tomadas no país.

"O movimento estudantil hoje tem feito um papel institucional muito bom e muito forte, principalmente no atual governo. Você vê entidades estudantis propondo projetos de lei, como foi o caso do Fundeb, com foi a questão da reserva de vagas, a reforma universitária", avaliou Maria das Graças.

Um estudante da organização do Movimento Passe Livre, Thiago Franco, destacou a importância da reivindicação para que os estudantes possam ter o direito de estudar. "Você coloca as camadas mais pobres para dentro da escola, cria vagas para eles, mas eles não têm como chegar na escola". Segundo ele, a existência de um passe livre no transporte público seria um passo importante para o fim da evasão escolar.