Brasil deve unir agendas das convenções internacionais que assinou, diz Marina

30/03/2006 - 19h45

Thaís Brianezi
Enviada especial

Curitiba - O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) aprovou um projeto de aproximadamente US$ 170 mil para que o Brasil elabore estratégias de união das agendas de implementação das três convenções de meio ambiente que assinou: a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (Convenção Clima), a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) e a Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD, na silga em inglês como é conhecida).

"A gente precisa unir as três filhas da Rio-92", declarou hoje (30) a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. "E para isso é preciso uma agenda concreta. A sinergia não se dá no abstrato, mas na prática".

De acordo com o secretário-executivo da UNCCD, Hama Diallo, "o Brasil é um dos poucos que podem criar um ambiente adequado para a implementação dessa convenção. Se ele não fizer, ninguém fará. Na avaliação dele, o país reúne o problema (o processo de desertificação no Cerrado e na Caatinga) e a vontade política de combatê-lo.

"A criação de unidades de conservação nessas regiões pode não ser tão prioritária para a CDB ou para a Convenção Clima quanto novas áreas protegidas na Amazônia. Mas do ponto de vista do combate à desertificação, elas são essenciais", comentou João Bosco Sena, secretário de recursos hídricos do Ministério do Meio Ambiente, lembrando em dezembro de 2004 foi lançado o Plano de Ação Nacional contra Desertificação.

Entre as ações prioritárias previstas no Plano Plurianual (PPA) 2004-2007, Sena destacou o apoio ao programa Um Milhão de Cisternas, idealizado pela Articulação no Semi-Árido Brasileiro, uma rede composta por 750 organizações da sociedade civil. "O Banco do Nordeste também passou a considerar o potencial de contribuição ao combate à desertificação, na análise de pedidos de financiamento. Isso significa que projetos de irrigação sem drenagem, por exemplo, não foram mais aprovados".

O Brasil sediou em 1999 a Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação. Agora, no Ano Internacional de Desertos e Desertificação decretado pela Organização das Nações Unidas, sedia a 8ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP-8).