Venceslau acusa governo de ter interesse na ausência de Okamoto

28/03/2006 - 12h50

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O ex-militante do PT Paulo de Tarso Venceslau disse hoje (28) que é de interesse do governo a ausência do presidente do Serviços de Apoio à Micro e Pequena Empresas (Sebrae), Paulo Okamoto, na acareação marcada pela Comissão Parlamentar de Inquérito dos Bingos.

"Foi uma decisão do governo. Tenho certeza de que se quebrar o sigilo do Okamoto vão aparecer coisas que envolvem o presidente Lula. Ele cuidava das contas pessoais de Lula", acusou Venceslau.

Segundo ele, a quebra de sigilo do presidente do Sebrae poderia trazer pistas importantes para fatos que precisam ser apurados. "Tem muitas questões insolúveis ainda. Muitas histórias estranhas", afirmou.

Os parlamentares da CPI dos Bingos devem enviar hoje ao Supremo Tribunal Federal (STF) explicações sobre os motivos para a acareação entre Paulo Okamoto e Paulo de Tarso Venceslau.

O ministro Eros Grau, Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu liminar parcialmente favorável a Okamoto. Ele argumentou que o objetivo do requerimento da comissão era promover a acareação, mas o ato convocatório solicitava a presença do presidente do Sebrae para prestar depoimento, sem mencionar a acareação.

Paulo de Tarso Venceslau denunciou em 1997 supostas irregularidades envolvendo a empresa Consultoria Para Empresas e Municípios (CPEM) e municípios administrados pelo PT. Okamoto foi apontado como o articulador do esquema ilícito de arrecadação para o partido.

Amigo pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do Sebrae tinha procuração do presidente para gerir suas finanças pessoais durante o período da posse. Ele diz ter pago, nessa época, uma dívida de Lula com o PT de R$ 29,4 mil, relativos a despesas com viagens custeadas pelo partido.

No entanto, em depoimento à CPI, Okamoto alegou que se sentiu constrangido de cobrar a dívida do presidente.