Presidente da Câmara defende a flexibilização do horário de transmissão da <i>Voz do Brasil</i>

28/03/2006 - 14h41

Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), defende a obrigatoriedade do programa Voz do Brasil, mas propõe uma mudança nos horários de transmissão. Segundo ele, é um serviço de informação relevante para o povo brasileiro por conter informações que nem sempre são consideradas jornalisticamente importantes.

A flexibilização da obrigatoriedade da transmissão é tema do debate que a Câmara dos Deputados realiza hoje (28) durante todo o dia no seminário Voz do Brasil: tradição e modernização - uma discussão sobre as formas de transmissão. O tema já esteve em pauta em 1995, quando 850 rádios se uniram contra a obrigatoriedade fixada pelo Código Brasileiro de Telecomunicações.

"Cria-se uma banda dentro da qual o programa deve ser obrigatoriamente exibido, e, quem sabe, dessa forma também, terminemos com as disputas judiciais que criaram emissoras de dois tipos: umas que emitem a Voz do Brasil por obrigação e a outra que não é obrigada a fazê-lo por decisão da justiça", afirmou Aldo Rebelo.

O jornalista Eugênio Bucci, presidente da Radiobrás, empresa pública de comunicação responsável pela produção do programa, também defende a flexibilização do horário de transmissão do programa, mas afirma que essa decisão cabe aos parlamentares. Bucci, que também esteve hoje na Câmara para o seminário, afirmou em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo do dia 6 de março de 2006, que a comunicação oficial do Estado brasileiro precisa se livrar do que lhe resta de autoritarismo.

"O Brasil que desejou e inventou a Voz do Brasil compulsória é um Brasil que não existe mais. Estamos diante de uma daquelas mudanças com as quais todos saem ganhando. Os ouvintes ganharão, isso não se discute. As emissoras também ganharão, pois terão margens mais amplas para administrar sua programação noturna", afirmou.