Estudo aponta fisioterapia e enfermagem como os cursos que mais cresceram na área de saúde

28/03/2006 - 21h00

Brasília, 28/3/2006 (Agência Brasil - ABr) - As áreas que mais cresceram na trajetória dos cursos de graduação em saúde, entre 1991 e 2004, foram as de fisioterapia e enfermagem. Em sentido contrário ficaram as de medicina e odontologia. Os dados são de estudo inédito divulgado hoje (28) pelos ministérios da Saúde e da Educação, após mapeamento de 14 cursos de graduação.

Educação Física, de acordo com o estudo, é o curso que mais forma profissionais atualmente, com mais de 17 mil graduados em 2004. E Biomedicina é o que menos formou, com 738 profissionais. "O trabalho servirá de subsidio para as políticas públicas dos dois ministérios nos próximos anos e deverá se estender como paradigma para o estudo de outras áreas da educação superior, além de poder nortear ações importantes no desenvolvimento econômico e social do país", afirmou o ministro da Educação, Fernando Haddad.

As diferenças regionais se destacam no estudo e segundo o ministro, são um desafio. A relação de estudantes que concluíram curso na área de saúde nas regiões Norte e Nordeste apresenta os piores índices quando comparada às regiões Sul e Sudeste. No curso de medicina, o mais concorrido, apenas 344 estudantes se formaram no Norte e 1.480 no Nordeste, contra 5.662 no Sudeste e 1.492 no Sul. Isso significa que há um médico para cada 40 mil habitantes no Norte e um para cada 33 mil no Nordeste. A média nacional é de um médico para cada 19 mil habitantes e a do Sudeste é de um para cada 13 mil.

"Nós precisamos alocar médicos, enfermeiros, fisioterapeutas nessas regiões, sob pena de não realizarmos o sonho daqueles comprometidos com a saúde, de institucionalizar o Sistema Único de Saúde de maneira universal e coletiva", disse Haddad.

O estudo também revelou que a presença de estudantes com renda familiar de até três salários mínimos, o equivalente a pouco mais de 50% da população, é maior nos cursos de Educação Física e Enfermagem (30%). Já os estudantes com renda superior a 10 salários mínimos, 11,8% da população, concentram-se nos cursos de Medicina (52%) e Odontologia (67%).

Em todos os cursos, exceto Medicina, a graduação de estudantes pobres é superior: "O jovem de baixa renda, conforme demonstrado, quando tem oportunidade de freqüentar esses cursos de alta demanda, tende a evadir proporcionalmente menos dos que os jovens de alta renda. O estudo prova que o jovem, quando tem a oportunidade, não abre mão dela", acrescentou o ministro.

O mapeamento revela também que as mulheres são maioria em quase todas as áreas, menos em Educação Física. Em 2004, de todos os graduados nesse curso, 54,7% eram homens. Já dos formandos em Odontologia, 65,2% eram mulheres.

O mapeamento de cursos de saúde no Brasil antecede as comemorações do Dia Mundial da Saúde (7 de abril). Foram avaliados os cursos de biomedicina, ciências biológicas, educação física, enfermagem, farmácia, fisioterapia, fonoaudiologia, medicina, medicina veterinária, nutrição, odontologia, psicologia, serviço social, e orientação e terapia ocupacional.