Marcos Chagas e Ana Paula Marra
Repórteres da Agência Brasil
Brasília – O caseiro Francenildo dos Santos Costa confirmou hoje (28), em depoimento à Corregedoria do Senado, que conversou com o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) antes de apresentar suas denúncias ao jornal O Estado de S. Paulo. Francenildo disse, que foi levado ao senador por meio de um amigo, mas negou que tenha recebido orientações sobre as denúncias que fez.
O caseiro diz ter ficado assustado quando seu nome apareceu nos jornais e a Polícia Federal o procurou. Francenildo foi citado pelo motorista Francisco das Chagas Costa, como uma das pessoas que poderia confirmar a ida de Antonio Palocci, então ministro da Fazenda, à casa alugada por Vladmir Poleto, assessor de Palocci durante sua gestão na prefeitura de Ribeirão Preto.
Francenildo diz ter procurado ajuda do corretor de imóveis que aluga a casa onde trabalha. O corretor de nome Gustavo teria apresentado o caseiro a um amigo de nome Enéas que conhecia o senador Paes de Barros. Segundo o relato de Francenildo, confirmado pelo senador, a reunião entre os dois aconteceu no dia 10 de março, pela manhã no Senado. O caseiro disse ter contado ao senador o que acontecia na casa 25 da QI-01 do Lago Sul e Paes de Barros "não acreditou muito" na sua história.
Ainda de acordo com a versão de Francenildo, o senador sugeriu que ele contasse a história à imprensa e chamou ao gabinete a repórter Rosa Costa, do jornal O Estado de São Paulo. O depoimento do caseiro na CPI dos Bingos aconteceu no dia 16 de março e foi interrompido por conta de uma liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal ao PT.
O senador Almeida Lima (PSDB-SE) foi o autor do requerimento pedindo uma sindicância da Corregedoria do Senado para investigar se Francenildo teria sido orientado por algum senador em seu depoimento. Almeida Lima justificou o seu requerimento foi apresentado em virtude da suspeita levantada pela líder do PT no Senado, Ideli Salvati (SC).
Francenildo diz ter visto Palocci em casa alugada em Brasília por Vladimir Poleto por "dez ou 20 vezes". Poleto foi um dos assessores de Palocci, na época em que ele foi prefeito de Ribeirão Preto (SP). Atualmente, o ex-assessor é investigado pela CPI por suspeita de tráfico de influência no governo.
