Paulo Bernardo diz que vai à Justiça contra ex-assessora do PT

09/02/2006 - 18h19

Brasília, 9/2/2006 (Agência Brasil - ABr) - O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, rebateu hoje (9) as acusações da ex-assessora financeira do PT de Londrina (PR), Soraia Garcia, que depôs ontem (8) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos. Ela havia acusado o ministro de participar de esquema de caixa 2 na eleição para a prefeitura da cidade em 2004, quando "obtinha recursos do empresário Marcos Valério para os gastos eleitorais".

Bernardo disse que vai tomar medidas judiciais contra Soraia Garcia e contra o deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR). "Eu não conheço a senhora Garcia. Acredito que ela está sendo instrumentalizada pelo deputado Hauly, que insiste nesta questão", informou.

O ministro acusou o deputado de estar por trás da denúncia, pelo fato de o parlamentar ter pedido recursos financeiros em troca de apoio eleitoral ao candidato do PT à prefeitura de Londrina, em 2004, Nelson Micheleti, depois de ter perdido a disputa em segundo turno. De acordo com o ministro, a proposta de dar dinheiro ao parlamentar não foi aceita e, por isso, Hauly estaria patrocinando denúncias de corrupção na campanha daquele município.

Indagado se estaria disposto a ir à CPI dos Bingos para rebater as acusações da ex-assessora financeira do PT, Paulo Bernardo respondeu: "Por que eu não faria isso? Disponho-me a falar sobre isso em qualquer lugar, na hora que quiserem. Essas coisas têm que ficar muito claras, principalmente se as CPIs querem mesmo revelar todos os fatos".

Em depoimento ontem na CPI dos Bingos, Soraia Garcia também disse que o ex-ministro chefe da Casa Civil, José Dirceu, que na época presidia o PT, levou R$ 300 mil para a campanha de Londrina. Conforme o relato dela, Dirceu foi recebido com grande festa na cidade durante a campanha.