Patrícia Landim
Da Agência Brasil

Brasília – O estudante Marcelo Pomar, representante do Movimento Passe Livre em Florianópolis, diz que a solução para o problema do transporte urbano passa pela colaboração entre as três esferas de governo e também pela reassunção do sistema pelo poder público. "É preciso pensar numa política de subsídio e de criação de empresas públicas municipais que comecem a pautar a sua lógica de funcionamento não no sentido de obter lucro, mas com o objetivo de fazer o transporte coletivo funcionar para benefício da população", comenta o catarinense.

O Movimento Passe Livre, segundo ele, já está articulado em 20 estados e assume bandeiras como o passe livre para os estudantes e a luta por tarifas mais baixas para os usuários em geral. "No longo prazo, é necessário ter o controle dos transportes coletivos e um sistema único de funcionamento no país para que o transporte seja desenvolvido fora da concepção privatista que vigora hoje", diz Pomar.

Para o secretário Nacional de Transportes e Mobilidade Urbana, José Carlos Xavier, do Ministério das Cidades, o movimento contra a alta das tarifas é legítimo. "Qualquer manifestação da população deve ser respeitada e entendida para que aquele que está provocando a insatisfação seja corrigido", diz ele.

O secretário adverte, porém, que a luta dos cidadãos deve ter alvo mais amplo. "A população precisa conhecer melhor o funcionamento do sistema e cobrar dos governos locais as medidas que priorizem o transporte no trânsito e busquem investimento", afirma.

"Este é um momento em que os governos locais devem perceber que o transporte é um instrumento essencial do direito à cidade, para os exercícios das atividades econômicas, e deve ser priorizado. Poucas cidades percebem isso", completa Xavier.