Campanha contra o turismo sexual acontece no Brasil, Tailândia, Costa Rica e México

12/01/2006 - 18h33

Michèlle Canes
Da Agência Brasil

Brasília – A organização não-governamental (ONG) Visão Mundial lançou esta semana uma campanha que tem o objetivo de combater o turismo sexual. A ação tem o apoio do Ministério do Turismo e da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos. A campanha acontece também na Tailândia, Costa Rica e México.

Ronaldo Martins, diretor de relações institucionais da ONG, diz que a campanha pretende mostrar aos turistas que o turismo sexual é crime. Segundo Martins, muitos visitantes estrangeiros cometem o crime acreditando na impunidade. "Temos percebido que os turistas com essa intenção têm o comportamento baseado alguns fatores. Eles acham que em países como o nosso, a legislação é mais branda que nos países deles, o que não é verdade", comenta.

Além de acreditarem que sairão ilesos, Martins diz que os visitantes estrangeiros pensam que, devido à pobreza, existem crianças e adolescentes com disponibilidade para essa prática sexual.

Segundo o diretor, no Brasil, outdoors, folhetos e cartazes estão sendo colocados nos principais pontos turísticos e aeroportos de Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Fortaleza. Recife, Manaus e Belém. "As mensagens nesses lugares estão na maior parte em inglês já que o objetivo é atingir os turistas estrangeiros" explica Martins.

O coordenador de Turismo Sustentável e Infantil do Ministério do Turismo, Sidney Alves Costa, afirma existir um investimento em capacitação da rede hoteleira para a diminuição de áreas de atuação de crianças e adolescentes na prostituição. "Trabalhamos com a qualificação de toda a cadeia produtiva do turismo, orientando como proceder em casos de suspeitas ou casos concretos de exploração sexual", informou. Segundo ele, camareiras, recepcionistas e outros funcionários de hotéis são orientados em como fazer as denúncias.

O coordenador da ONG ressalta que, para que o crime de turismo sexual seja combatido, é muito importante a conscientização da população. Segundo ele, qualquer caso de abuso contra a criança e adolescente deve ser denunciado à Secretaria Nacional de Direitos Humanos pelo telefone 0800 990500. A ligação é gratuita e há sigilo para quem faz a denúncia.