ANP tem cerca de 26% do orçamento necessário para estudar reservas de óleo e gás, diz diretor

12/01/2006 - 19h00

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil

Rio – A Agência Nacional do Petróleo (ANP) já tem R$ 45 milhões garantidos para a realização de estudos de potencial nas áreas de reserva de óleo e gás brasileiros neste ano. Depois de pesquisadas, essas áreas poderão ser concedidas para exploração, pelo setor privado, ainda em 2006.

A afirmação foi feita hoje (12) pelo diretor da ANP, John Forman, durante a cerimônia de despedida dele do cargo. Segundo Forman, as concessões para exploração dessas áreas serão oferecidas na 8ª Rodada de Licitações da agência, prevista para este ano.

Forman explica que a ANP já entregou, em dezembro do ano passado, ao Conselho Nacional de Política Energética, a relação das áreas que poderão ser licitadas na 8ª Rodada. O conselho deve avaliar a lista ainda neste mês, selecionando aquelas que serão estudadas e transformadas em blocos, que, posteriormente, serão explorados.

Apesar de garantir estudos para as licitações deste ano, Forman explica que é preciso mais dinheiro para que a agência possa intensificar seus levantamentos e ampliar o conhecimento sobre as "potenciais reservas do país". Segundo ele, o Brasil conhece apenas 3% de suas áreas potenciais para a exploração.

Para colocar em prática seu Plano Decenal de Estudos Geológicos e conhecer essas áreas, a ANP precisaria receber um investimento anual de R$ 170 a 200 milhões. "Se, para termos o conhecimento de todas essas áreas, estimamos um investimento da ordem de R$ 170 milhões, se eu tenho R$ 45 milhões, eu estou trabalhando no limite da sobrevivência, não na maneira mais adequada de ter o conhecimento e colocá-lo à disposição do país", afirmou.

Forman aponta que o estudo e descoberta de novas áreas potenciais para a exploração de óleo e gás são essenciais para a manutenção do objetivo de auto-suficiência de petróleo por mais tempo, já que as reservas minerais são limitadas.