Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília – As estradas usadas para escoar a safra de grãos dos estados de Mato Grosso (MT) e Goiás (GO) estão em péssimas condições, informou a gerente de Movimentação de Estoques da Companhia Nacional de Estoques (Conab), Marisa Torta.
O governo federal, por meio do Programa Emergencial Trafegabilidade e Segurança nas Estradas, deve investir R$ 22.430.000 e R$ 24.780.000, respectivamente, nos estados. Serão recuperados 14 trechos em Goiás e 15 trechos em Mato Grosso. As BR-153 e a BR-163, principais estradas usadas pelos produtores desses estados para levar os grãos aos portos de Paranaguá e Santos, terão alguns trechos recuperados.
Segundo Marisa Torta, as estradas ruins trazem problemas aos produtores. "Se você tem uma estrada ruim o que acontece é um aumento no frete. O lucro do produtor será menor. Esse é o principal problema", afirma ela. O mesmo problema é apontado por Rui Prado, vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso.
Segundo ele, os produtores de Mato Grosso já começaram a colheita da soja e estão sofrendo com as estradas esburacadas. "O aumento do custo de produção da lavoura, em função das estradas, conseqüentemente dá prejuízo para o agricultor", diz Prado. Ele afirmou ainda não acreditar que, antes do fim da colheita, as estradas estarão boas.
No estado de Goiás, a colheita só começa em fevereiro. O presidente da Federação de Agricultura do Estado de Goiás, Macel Felix Caixedo, avalia que as estradas serão recuperadas a tempo de iniciar o transporte dos grãos.
"Não pensamos em prejuízo porque acreditamos que essas estradas estejam recuperadas a tempo de transportamos nossa safra. Caso as estradas não sejam recuperadas até o início da colheita, isso vai dificultar em muito a vida do produtor rural porque irá onerar sobre o seu rendimento na lavoura", completa.
O programa emergencial foi anunciado pelo governo federal no final de dezembro para recuperar 26.516 quilômetros de estradas federais e estaduais. As obras começaram já começaram em todo o país. O plano abrange 25 unidades federativas.