Segundo Amorim, Lula afirma que parcerias internacionais serão "intensificadas e diversificadas"

04/01/2006 - 19h15

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Em audiência com cerca de 60 embaixadores, Chefes de Missões Diplomáticas Brasileiras, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou hoje que o resultado da balança comercial brasileira de 2005 espelha os esforços da política externa brasileira.

Segundo relato do ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, Lula disse aos embaixadores que a diversificação de parcerias deve ser mantida e intensificada em 2006.

"As viagens do presidente, ao contrário do que muita gente diz, trouxeram muitos dólares e euros para o Brasil, basta ver o que temos vendido para os países árabes e para a África, responsável por 10% do superávit brasileiro, excluindo-se as nossas compras de petróleo", comentou Amorim. "A América Latina está se tornando o principal parceiro comercial brasileiro."

As exportações brasileiras atingiram nível recorde em 2005, totalizando 118.309 bilhões. Segundo dados divulgados esta semana pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior (MDIC), houve crescimento de vendas de produtos brasileiros para todas as regiões econômicas.

O destaque ficou por conta de regiões não-tradicionais, como Europa Oriental (alta de 55,8%), África (crescimento de 41,4%), Aladi (mais 27,5%, excluindo o Mercosul) e Ásia (aumento de 16,7%).

Apenas no mês de dezembro as exportações para a Croácia, por exemplo, cresceram 291,21%; para a Etiópia, 270,37%; para Bangladesh, 256,04% e para Gana, 212,69% – todos mercados não-tradicionais e com pequena participação na pauta brasileira.

"Os dados do comércio não são uma coisa gratuita. Claro que tem muito a ver com o que os empresários têm feito e com medidas específicas da área econômica, mas tem muita a ver também com áreas que foram priorizadas pela política externa", afirmou o ministro.

Celso Amorim destacou que a diversificação de parcerias não ocorreu em prejuízo de parcerias tradicionais, como aquelas com Estados Unidos e União Européia.

"As nossas exportações para os Estados Unidos e a União Européia estão em nível recorde", lembrou ele. Em 2005, exportações brasileiras para a União Européia cresceram 10,1%, totalizando U$ 26,49 bilhões, e para o mercado americano, 12,2%, numa cifra total de U$ 22,74 bilhões.

As importações das duas regiões também registraram elevação – 14,9% da União Européia (U$ 18.14 bi) e 12,5 dos Estados Unidos (U$ 12.85 bilhões).