Pesquisa revela que cerca de 50 mil pessoas no Rio vivem da economia solidária

21/12/2005 - 15h26

Giovana Olivieri
Repórter da Agência Brasil

Rio - Cerca de 50 mil pessoas no Rio de Janeiro trabalham em um empreendimento onde a gestão é coletiva e os resultados são partilhados, a chamada economia solidária. Esse é um dos dados da pesquisa sobre o setor realizada em todo país pela Secretaria Nacional da Economia Solidária do Ministério do Trabalho, em parceria com o Fórum Brasileiro de Economia Solidária, formado por representantes da sociedade civil. O trabalho será transformado em um atlas em março.

O Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) é responsável pelo estudo no Rio de Janeiro. Segundo o coordenador geral da pesquisa no estado, João Roberto Lopes, o objetivo do mapeamento é dar visibilidade ao setor, que da década de 90 para os dias de hoje cresceu 70%. Lopes destacou que o crescimento do setor coincide com a crise do emprego. A economia solidária foi a alternativa para quem foge do desemprego", disse ele.

Para Lopes, a pesquisa vai dar uma dimensão real da participação do segmento na economia como um todo. "A partir daí, esses empreendimentos podem se tornar objeto de ações públicas, com incentivos de créditos e de formação", explicou o coordenador do Ibase, em entrevista ao programa Redação Nacional da Rádio Nacional do Rio de Janeiro.

Para 70% dos entrevistados na pesquisa, a falta de capacitação é um dos principais problemas para quem atua no segmento. De acordo com os dados, os trabalhadores do setor se ressentem da falta de preparo no que diz respeito à comercialização de seus produtos.

A pesquisa, que está sendo concluída neste mês e terá os dados disponíveis para a população até fevereiro de 2006, mostra que a maioria das pessoas ligadas à economia solidária, trabalha na informalidade – 60% do total. Em segundo lugar, estão as associações e, em terceiro, as cooperativas.

João Roberto Lopes ressaltou que esse tipo de empreendimento tem como característica um grande envolvimento e a inserção comunitária de quem participa. Isso porque o capital investido é próprio ou vem de algum tipo de doação e porque o grupo de trabalhadores acaba realizando atividades dentro da própria comunidade, como reciclagem, artesanato, confecções e serviços gerais. "O resultado é muito mais do que uma ocupação pessoal e geração de renda,é o cumprimento de uma função social", concluiu Lopes.