Brasília, 14/12/2005 (Agência Brasil - ABr) - Em discurso na solenidade de posse da nova diretoria da Confedração Nacional da Agricultura e da Pecuária do Brasil (CNA), o presidente da República em exercício, vice-presidente José Alencar, voltou a criticar hoje (14) as taxas de juros do país. Disse que somente com investimentos produtivos será possível fazer com que o Brasil cresça a taxas mais altas.

"O regime de juros não atende ao interesse nacional. Os investimentos produtivos são desencorajados. Precisamos desencorajá-los", afirmou. Alencar destacou ainda que a taxa média real de juros no Brasil é dez vezes superior à do restante do mundo.

Sobre a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que hoje baixou em 0,5 ponto percentual a taxa básica de juros da economia, o vice-presidente comentou: "O Brasil não pode ter inflação. Há outros métodos de combatê-la. Mas nunca falei nada contra os técnicos. A decisão é política". Alencar avaliou também que para o Brasil deixar de ter um crescimento "pífio", precisa "perder o medo de crescer, precisa enriquecer e valorizar o seu mercado".

No discurso, o vice-presidente condenou ainda as denúncias publicadas na imprensa sobre a Coteminas. Garantiu que sua empresa "nunca fez caixa 2 e nem deixou de emitir uma nota fiscal". E acrescentou: "Na nossa empresa, nunca entrou um quilo de algodão ou saiu um metro de tecido sem nota fiscal".