Programas de emergência socorreram 1,5 milhão de produtores atingidos por efeitos do clima

14/12/2005 - 9h23

Valtemir Rodrigues
Da Voz do Brasil

Brasília - Até o final de novembro, um milhão e meio de agricultores prejudicados pelos efeitos da seca foram atendidas por programas do governo. Foram repassados mais de R$ 700 milhões para atender pessoas que tiveram perdas nas lavouras e a expectativa é encerrar 2005 com desembolsos próximos a R$ 800 milhões.

Cerca de 300 mil famílias receberam o Bolsa Estiagem, que garante uma renda de R$ 300 para ajudar o agricultor que teve problemas com a lavoura por causa da seca. Esse auxílio foi criado para atender à população rural de áreas onde foi decretado o estado de emergência ou calamidade em função da estiagem.

De acordo com o coordenador de Monitoramento e Avaliação da Secretaria de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Jackson Willian Nagorni, o programa atendeu principalmente os agricultores do Sul (99 mil pessoas). "Por ser uma ação de caráter eminentemente emergencial, o resultado que se espera com uma ação dessa é simplesmente criar condições para que o agricultor consiga ultrapassar o período de estiagem com o mínimo necessário para sua sobrevivência", informou.

Outra ação criada para atender o agricultor é o Seguro da Agricultura Familiar, que permite ao produtor garantir o pagamento total das perdas da lavoura e cobrir empréstimos feitos no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), além dos recursos próprios aplicados na lavoura.

Para o coordenador geral do Seguro da Agricultura Familiar, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, José Carlos Zukowiski, o seguro é uma forma de garantir mais tranqüilidade no período de cultivo. "O seguro foi criado pelo governo federal para que o produtor possa desenvolver sua lavoura com segurança. Ele não é simplesmente um programa para cumprir perdas. O sentido do programa é que o agricultor possa plantar, estando cada vez menos exposto a riscos", explicou.

O agricultor tem direito ao seguro quando suas perdas na safra forem maiores do que 30%. Se a perda for comprovada por um laudo técnico, o seguro cobre o financiamento total feito com o banco e ainda garante ao beneficiário 65% da renda estimada com a produção, num limite de R$ 1,8 mil.