Organizações não-governamentais realizam ato contra a pobreza

10/09/2005 - 15h45

Cristiane Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Rio - A praia de Ipanema, na zona sul do Rio de Janeiro, foi palco neste sábado de um ato para sensibilizar a população contra a pobreza. Vestindo camisetas brancas e com um minibloco de bonecos gigantes, representantes de 60 organizações não-governamentais (ONGs) caminharam pelo calçadão e pela areia da praia distribuindo panfletos e cinco mil pulseiras brancas com a inscrição "Chamada Global Contra a Pobreza".

O ato ocorreu simultaneamente em mais de 70 países e teve o objetivo de chamar a atenção dos governantes mundiais para a importância do cumprimento das oito Metas do Milênio estabelecidas em 2000 por 191 países e que devem ser atingidas até o ano de 2015.

No caso do Brasil, Jorge Romano, da ong Actionaid Brasil, elogiou os programas sociais como Fome Zero e Bolsa Família, do governo federal, que ampliam o acesso a recursos das famílias carentes. Lembrou, no entanto, que as causas do empobrecimento e da desigualdade também precisam ser combatidas. "São programas importantes porque satisfazem as necessidades agora, mas sem novo emprego, educação de qualidade, sem uma melhora sustentável na saúde pública, sem uma negociação de comércio internacional mais justa, as causas da pobreza vão continuar existindo. Se não atingirmos as causas dos problemas, daqui a dois ou três anos vamos continuar gerando um maior contingente de pobres", acrescentou Romano.

De acordo com as entidades que participam da Chamada Global contra a Pobreza, passados cinco anos da definição das oito Metas do Milênio, os países não conseguiram sequer reduzir em 25% os indicadores de pobreza, analfabetismo, mortalidade infantil, saúde da mulher, desemprego, desigualdade, aids e desenvolvimento sustentável.