Depoimento de Buratti dá pistas sobre esquema de caixa 2 em prefeituras do PT, avalia relator da CPI

25/08/2005 - 19h08

Juliana Cezar Nunes
Repórter da Agêna Brasil

Brasília – O depoimento do advogado Rogério Buratti à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a ligação das casas de bingos do país com a lavagem de dinheiro e o crime organizado foi apontado como importante pelo relator da CPI, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN).

Para o senador, Buratti forneceu indícios de que havia um esquema de arrecadação irregular de financiamento para campanha junto a casas de bingos e a prefeituras. O relator diz que, por Buratti ter trabalhado na empresa de coleta de lixo Leão&Leão e, depois, na prefeitura de Ribeirão Preto, suas denúncias devem ser investigadas.

Buratti reafirmou que a empresa de coleta de lixo de Ribeirão Preto, Leão & Leão, pagava R$ 50 mil por mês ao secretário de Finanças da cidade, Ralf Barquete. Este repassaria o dinheiro ao Diretório Nacional do PT, como forma de financiar campanhas do partido. Buratti garantiu existir uma lista de contribuição da empresa para prefeituras

Buratti também reafirmou que a empresa de tecnologia Gtech ofereceu propina de R$ 16 milhões ao Partido dos Trabalhadores durante a campanha eleitoral de 2002. Em troca, queria a renovação do contrato com a Caixa Econômica Federal e cargos na estatal para funcionários da Gtech. Também esperava a regularização dos jogos no país. Apesar das denúncias, Buratti disse não possuir nenhuma prova.