Reitores de universidades federais no Rio alertam para falta de recursos

22/08/2005 - 20h47

Thaís Leitão
Repórter da Agência Brasil

Rio - Desde julho, por falta de recursos, não são pagas as contas de água e luz da Universidade Federal Fluminense (UFF). A verba destinada à manutenção do ensino, pesquisa e extensão na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) foi remanejada para o pagamento de contas. O Hospital Universitário Gaffré e Guinle, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), acumula uma dívida de R$ 3,8 milhões.

Esses são alguns dos problemas denunciados hoje (22), em entrevista coletiva, pelos reitores das quatro universidades federais do Rio de Janeiro - UFF, UFRRJ, UniRio e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). "Nós precisamos aumentar o orçamento para essas necessidades básicas. Não estamos falando de ampliar o acesso, garantir a permanência dos jovens brasileiros ou criar novos cursos, mas de manter a universidade aberta com condições mínimas", disse Malvina Tuttman, da UniRio.

Para continuar funcionando, as universidades têm feito, segundo seus reitores, verdadeiras manobras orçamentárias. Na UFF, por exemplo, com um déficit de 300 professores e de mais de 1.000 funcionários técnico-administrativos, foi preciso incluir nos gastos orçamentários o pagamento por serviços terceirizados. "Além de ser ruim porque os funcionários temporários não se integram à estrutura da universidade, ainda temos que comprometer cerca de 10% dos nossos pequenos recursos de custeio com a contratação dos terceirizados", contou Cícero Rodrigues, da UFF.

Dispostos a lutar pela ampliação do orçamento das instituições de ensino superior federais no Rio de Janeiro, os reitores informarão que irão a Brasília na quarta-feira (24). Na agenda, um café da manhã no Congresso Nacional com a bancada federal do estado, de quem cobrarão maior empenho no encaminhamento dessas questões ao Ministério da Educação.