Capes deve avaliar ensino superior de Cabo Verde e criar universidade pública com apoio do Brasil

22/08/2005 - 14h50

Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) vai enviar a Cabo Verde um grupo de especialistas para fazer um diagnóstico do sistema de ensino superior público daquele país. A informação é do presidente da Capes, professor Jorge Guimarães. Segundo ele, o estudo vai viabilizar a instalação da primeira universidade pública de Cabo Verde, cujo projeto está sendo desenvolvido em parceria com o governo brasileiro.

"A instalação da universidade vai ser feita a partir de algumas faculdades que eles já têm. E esse diagnóstico precisa ser feito lá, em campo, por uma comissão de especialistas nas áreas que eles indicarem como sendo mais fortes para esse conjunto de faculdades se tornarem uma universidade", explicou Guimarães. "A partir daí, constituída essa universidade, ela terá vida própria, com as características que suas instituições apresentarem."

Hoje (22) o presidente da Capes discutiu os meios para a implantação da universidade durante reunião no ministério da Educação, da qual participaram o ministro Fernando Haddad e a ministra da Educação e Valorização de Recursos Humanos de Cabo Verde, Filomena Martins.

De acordo com Guimarães, a parceria entre os dois países inclui a capacitação de professores cabo-verdianos no Brasil. "Isso significa formar mais mestres e doutores para que a universidade tenha um número de docentes com tal qualificação e que possa, portanto, ter a sua graduação mais qualificada", avaliou.

Na reunião, a ministra também manifestou interesse em ter acesso ao Portal de Periódicos da Capes, que reúne informações e estudos científicos de todo o mundo. "O portal tem um custo para a Capes que não é trivial. Vamos disponibilizar para eles a parte pública do portal, que estamos formatando, e vamos discutir a questão do financiamento do portal não-público, buscando ver em que áreas eles precisam ter o portal para atender as demandas da atividade de pesquisa e formação de recursos humanos."

Guimarães também destacou que o Brasil mantém programas para a concessão de bolsas de estudo de graduação e de pós-graduação a estudantes de países parceiros. Segundo ele, na área de graduação, o maior número de estudantes vem de Cabo Verde.

Desde o ano 2000, o Brasil já ofereceu mais de mil bolsas a graduandos cabo-verdianos, como parte do programa do Programa Estudante Convênio Graduação, conhecido como PEC-G. Ele também informou que, entre 2005 e 2006, serão oferecidas bolsas de pós-graduação a 20 alunos de Cabo Verde e, entre 2006 e 2007, a outros 50 estudantes, dentro do Programa Estudante Convênio Pós-Graduação (PEC-PG).