Lilian de Macedo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A diretora do Centro de Seleção e Promoção de Eventos (Cespe), Romilda Macarini, prestou depoimento esta tarde (31) na Divisão de Repressão ao Crime Organizado (Deco), em Brasília. Após três horas de interrogatório, ela reafirmou que não acredita no envolvimento de funcionários da instituição nas fraudes de concursos públicos. "Não desconfiamos de nenhum funcionário do Cespe", disse.

No entanto, Romilda confirma que o Cespe realizou uma sindicância, em 2002, para apurar envolvimento de Hélio Ortiz em concursos irregulares realizados em Mato Grosso. Ortiz é acusado de chefiar a quadrilha responsável por fraudar processos de seleções para cargos em órgãos públicos "Fizemos uma sindicância interna e não apuramos nada. Mesmo assim, vamos mandar todo o material para a Deco", assegurou.

A diretora afirmou, também, que a segurança dos vestibulares da Universidade de Brasília (UnB) – promovidos pelo Cespe – será intensificada. "Vamos aumentar o número de fiscais, que passarão por treinamento intensivo. Além disso, haverá mais proibição de artigos eletrônicos, inclusive o uso de relógio pelos candidatos durante as provas", contou.

O delegado-chefe da Deco, Cícero Jairo Vasconcelos, disse que o depoimento de Romilda vai ajudar nas investigações. "Ela relatou o processo de elaboração das provas e quem faz parte da diretoria da instituição", informou ele.

De acordo com o delegado, 83 pessoas estão presas por fraude em concursos públicos. Outras seis tiveram o mandado de prisão decretado, mas ainda estão foragidas. A polícia deve ouvir pelo menos dez funcionários do Cespe nos próximos dias.