Pesquisa da CNI aponta queda nos setores da indústria no primeiro trimestre

29/04/2005 - 19h04

Danielle Coimbra
Da Agência Brasil

Brasília - A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou hoje (29) a Sondagem Industrial do primeiro trimestre de 2005. Segundo dados da pesquisa, a produção e o faturamento da indústria diminuíram em relação ao último trimestre de 2004. O indicador de produção da indústria foi de 44,8 pontos, contra 57,6 pontos no ano passado. Já o faturamento foi de 43,9 pontos nos três últimos primeiros meses, o que mostra uma queda em relação ao quarto trimestre de 2004, que foi de 58,2 pontos.

A queda na produção atingiu indústrias de diferentes portes, mas com mais intensidade nas pequenas e médias empresas. O indicador reduziu-se a 43,2 pontos neste primeiro trimestre, sendo o menor valor em dois anos. Em relação às grandes empresas o indicador situou-se em 47,8 pontos. De acordo com a pesquisa, é a primeira vez em sete trimestres que o indicador ficou abaixo da linha dos 50 pontos. Essa linha varia de zero a cem, onde acima de 50 significa evoluções positivas.

Segundo o coordenador da Unidade de Pesquisa da CNI, Renato Fonseca, essa queda foi provocada pela política monetária, que elevou os juros com o propósito de reduzir o ritmo das empresas. "É uma queda normal quando comparada ao último semestre de 2004, pois todo início de ano há uma queda em relação ao final do ano anterior, mas este ano tivemos um resultado inesperado, com uma redução muito grande da produção", disse ele.

Os setores que apresentaram pior desempenho foram madeira, mobiliário, papel e papelão e couros e peles. Em relação ao faturamento, quase metade das empresas de pequeno e médio porte apresentaram queda e apenas 20% tiveram aumento nesse primeiro trimestre.

O indicador de emprego demonstrou uma estabilidade para as grandes empresas. No primeiro trimestre de 2005 houve uma elevação para 52,2 pontos contra 50,8 pontos no mesmo período de 2004. De acordo com a pesquisa, as pequenas e médias empresas já começaram a cortas postos de trabalho. "As grandes empresas têm manutenção do crescimento das importações e por isso não há tantas demissões. Já as pequenas empresas são mais vulneráveis às mudanças, e por isso diminuem as contrações", completou Fonseca.

A lucratividade reduziu de 44,2 para 38,1 pontos no primeiro trimestre de 2005. Em relação às pequenas e médias empresas o relativo foi de 41,6 para 36,3 pontos. As grandes empresas tiveram uma queda de mais de sete pontos, passando de 49,1 para 41,6. A expectativa de Fonseca é que o quadro mude. "Esperamos que a economia continue a crescer moderadamente".