Donas-de-casa reforçarão a fiscalização após aumento do salário mínimo

29/04/2005 - 20h26

Juliana Cezar Nunes
Repórter da Agência Brasil

Brasília - As associações de donas-de-casa pretendem reforçar a fiscalização dos preços nos supermercados, feiras e pequenos mercados a partir da próxima semana. Elas temem que o aumento do salário mínimo, de R$ 260 para R$ 300, estimule os comerciantes a aumentar os preços, apesar dos limites estabelecidos pelo governo federal.

Em Goiás, a presidente da associação estadual conta que já iniciou o monitoramento. Segundo Maria das Graças Santos, muitos comerciantes acham que o salário mínimo já aumentou. "Isso acontece porque esse aumento foi muito discutido no final do ano. O trabalhador mesmo só vai receber o salário maior em junho, mas é preciso acompanhar tudo já", sugere.

Para ela, os consumidores devem aproveitar os R$ 40 a mais no salário para investir na compra de alimentos saudáveis, como frutas e legumes, de preço considerado alto. Pelos cálculos do Departamento de Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), o novo salário mínimo terá impacto importante para a compra de produtos da cesta básica. A população de algumas cidades poderá, com R$ 300, adquirir duas ou quase duas cestas básicas.

O salário mínimo foi criado em 1940. De acordo com o Dieese, para valer o mesmo de 65 anos atrás, ele deveria estar em R$ 901,78. O aumento deste ano representa um ganho real de 8,8% no bolso do trabalhador, considerando-se o Índice Nacional de Preços ao Consumidor e uma inflação de 0,4% para abril.