Pagamento dos servidores nos hospitais sob intervenção será discutido amanhã, diz Solla

27/04/2005 - 13h34

Daisy Nascimento
Repórter da Agência Brasil

Rio – Os quase três mil funcionários da prefeitura que estão trabalhando nos quatro hospitais sob intervenção federal terão o impasse sobre o pagamento de seus salários discutido amanhã (28), afirmou o secretário de Atenção à Saúde, do ministério da Saúde, Jorge Solla, em entrevista à Radio Nacional do Rio de Janeiro. "O que a prefeitura precisa dizer é se vai manter esses funcionários nos quatro hospitais ou vai pedir o ressarcimento ao Ministério da Saúde", explicou.

Segundo o secretário, nesta quinta-feira haverá mais uma rodada de negociação entre o governo federal e a prefeitura, no prédio do ministério, no centro da cidade. No último dia 20, uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) acabou criando uma divergência entre o ministério e a prefeitura sobre quem deverá pagar os salários desses funcionários. De acordo com o STF, a prefeitura tem a opção de retirar os funcionários dos hospitais ou mantê-los nas unidades e pedir ao governo federal o ressarcimento da folha de pagamento.

Para Solla, a decisão de acabar com o impasse deve partir do prefeito César Maia. Ele disse que, até o momento, a prefeitura não formalizou nenhuma proposta no sentido de resolver a situação, mas ressaltou que os funcionários são municipais e têm de ser pagos pela prefeitura.

Os funcionários trabalham nos hospitais do Andaraí, na zona norte da cidade, Lagoa e Ipanema, na zona sul, e Cardoso Fontes, na zona oeste, e representam 40% do total de pessoal dos quatro hospitais. De acordo com a assessoria de comunicação da prefeitura, César Maia tem reiterado que não pretende retirar os servidores dessas unidades.

O ministério também vai propor à prefeitura na reunião de amanhã que os 289 funcionários contratados emergencialmente por seis meses em dois outros hospitais, o Souza Aguiar, no centro da cidade, e o Miguel Couto, na zona sul, sejam mantidos nas unidades e pagos pelo governo federal até o fim do contrato. Solla disse ainda que será mantida a compra dos remédios e equipamentos que ainda não foram recebidos.

Solla adiantou que o ministério vai reiterar a proposta já feita ao município de ampliar o Programa de Saúde da Família e implantar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

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