Incentivos fiscais atraem empresas do Sul para o Rio de Janeiro

27/04/2005 - 11h07

Norma Nery
Repórter da Agência Brasil

Rio - Um grupo de 16 empresários catarinenses do setor de calçados da cidade de São João Batista iniciou hoje visita a municípios do interior fluminense, atraídos por incentivos fiscais do estado para a indústria de couro, peles e similares. O tratamento especial tributário tem o objetivo de reativar a indústria de calçados do Rio de Janeiro e gerar em 10 anos 30 mil empregos diretos.

A visita foi articulada pela Secretária de Desenvolvimento Econômico em parceria com o Sebrae-RJ, que coordenou as reuniões com os prefeitos, fornecendo informações necessárias para a instalação de empresas, formação de parcerias com produtores locais e criação de cursos para garantir mão de obra especializada.

O superintendente de Programas e Projetos Setoriais da secretaria, Celso Carvalho, disse que o Rio de Janeiro já liderou a produção de calçados no país. "Entre as décadas de 70/80, o estado foi um dos maiores produtores de calçados. Infelizmente, incentivos fiscais concedidos por uma política federal para desenvolver outras regiões, como o Norte e o Nordeste, fizeram com que muitas empresas se transferissem ou fechassem. A intenção agora é recuperar essas empresas e fazer do Rio o maior produtor de calçados e artefatos de couro do país".

O empresários visitarão as cidades de Rio Claro, Nova Friburgo e Bom Jardim. Segundo Carvalho, Rio Claro deve se transformar num pólo de calçados femininos, Bom Jardim será pólo de calçados masculinos e esportivos e Tanguá, na região metropolitana, será um pólo de artefatos, como bolsas cintos e carteiras.

Ele acredita que um grande número de empresas do setor estará funcionando até 2006. Em novembro de 2004, empresários mineiros de Nova Serrana visitaram Rio Claro e abriram na cidade uma filial, empregando 30 funcionários. Em Bom Jardim, a empresa Sutor, que estava fechada desde 2000, reabriu as portas e emprega 100 pessoas. Ela deve exportar 10 mil pares de sapatos neste semestre para Portugal e República Dominicana e mais 50 mil pares no segundo semestre.