Celso Amorim pede a chanceleres sul-americanos que tenham visão da ousadia política

19/04/2005 - 13h42

Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, abriu hoje (19) a Reunião de Chanceleres da Comunidade Sul-Americana de Nações, no Palácio do Itamaraty, pedindo que os países tenham a visão da ousadia política e não permitam que considerações burocráticas impeçam os avanços nas negociações entre os países.

"É fundamental que a vontade política dos nossos governantes esteja em destaque e que essa vontade possa se traduzir em ações e programas concretos. Temos avançado mas acho que os avanços não estão suficientemente maduros para que possamos oferecer aos nossos presidentes um programa verdadeiramente justo como deve ser em relação à Comunidade Sul-Americana", disse.

Na abertura da reunião, Amorim lembrou que menos de dois anos após o primeiro encontro para a integração física da América do Sul foram fechados os primeiros acordos de livre-comércio entre os países. Ele disse que os países sul-americanos estão unidos hoje não apenas por acordos comerciais, mas também por diversos projetos de infra-estrutura que fazem com que a América do Sul seja pela primeira vez um continente integrado.

De acordo com o Itamaraty, o objetivo do encontro de hoje é acertar os detalhes da Reunião de Chefes de Estado da Comunidade, prevista para agosto, no Rio de Janeiro. Os nove chanceles presentes, com exceção dos da Argentina, Colômbia e Suriname, também devem discutir quais serão as metas e propostas da Comunidade Sul-Americana de Nações que serão apresentadas no Rio.

A Comunidade Sul-Americana de Nações foi criada durante a III Reunião de Presidentes da América do Sul, em Cusco, no Peru, em dezembro do ano passado. Seu principal objetivo é concretizar a integração física e econômica dos países que a compõem num prazo de 15 anos. Os 12 países membros da comunidade reúnem 360 milhões de pessoas e um Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de bens e serviços produzidos nesses países - de US$ 800 bilhões. Além do Brasil, fazem parte da comunidade Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela.

Após breve sessão de trabalho, os chanceleres participarão de um almoço oferecido pelo ministro Celso Amorim, no Itamaraty. Às 16h30, eles serão recebidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto. Na ocasião será firmado um convênio entre o Ministério das Relações Exteriores e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) sobre programa de apoio ao pré-investimento para a América do Sul.