Fonteles diz que não há nepotismo no Ministério Público Federal

12/04/2005 - 16h19

Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, disse hoje, depois de encontro com o presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), que não há nepotismo no Ministério Público Federal. "Eu não acho dentro do princípio da moralidade administrativa a figura do nepotismo", afirmou Fonteles.

A proposta de emenda à Constituição (PEC) que acaba com a contratação de parentes nos três poderes será analisada hoje na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. A proposta é de autoria do ex-deputado Aldo Arantes. O parecer do relator, deputado Sérgio Miranda (PCdoB-MG), é favorável e, se a CCJ aprovar o relatório, o presidente da Câmara deverá criar uma comissão especial, que terá até 40 sessões para analisar o mérito da proposta e votá-la.

O secretário de Governo do Rio de Janeiro, Antony Garotinho, esteve hoje no Congresso e, ao ser questionado sobre o nepotismo, afirmou que todos abusos devem ser coibidos. "Não conheço o projeto para fazer uma analise profunda, mas, se for para evitar certos abusos que ocorrem, sou, em tese, favorável ao projeto".

Garotinho, que ocupa um cargo de confiança no governo de sua esposa, Rosinha Matheus, disse que é importante separar os casos de abuso de cargos de confiança. "Às vezes, você contrata para funções para as quais a pessoa está qualificada. Eu sou ex-governador, minha esposa é governadora. Ela me convida para ser secretário de governo. Será que isso é nepotismo? Eu não precisaria ocupar esse cargo no governo, mas acredito prestar um favor ao estado", disse.

Colaborou Christiane Peres