Sérgio Côrtes comenta resultados de um mês de intervenção em hospitais do Rio

11/04/2005 - 11h57

Aécio Amado
Repórter da Agência Brasil

Rio - Ao completar um mês de intervenção federal em seis hospitais municipais do Rio de Janeiro, o médico Sérgio Côrtes revelou que as condições nas unidades hospitalares eram mais graves do que se imaginava, mas muita coisa já foi feita nas seis unidades - Andaraí, Cardoso Fontes, Lagoa, Ipanema, Miguel Couto e Souza Aguiar.

Ele disse que foram abertas três salas de cirurgia e cinco leitos no CTI do Hospital da Lagoa; ativadas as emergências do Cardoso Fontes e do Hospital do Andaraí; instalados mais cinco leitos na terapia intensiva do Hospital de Ipanema, entre outras medidas.

Em entrevista ao programa Manhã Nacional, da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, o coordenador da intervenção disse que o quadro encontrado era de total calamidade, não havia mais gerenciamento de serviços. "Nós não tínhamos mais contratos (para fornecimento) de alimentação, manutenção de equipamentos, (havia) vários equipamentos quebrados. Imagine o Souza Aguiar, a maior emergência, funcionando apenas com um aparelho de Raio X: uma situação muito grave", disse.

Côrtes também falou sobre o problema das filas, conseqüência da total falta de atendimento básico no sistema. "O paciente não consegue encontrar atendimento perto de sua casa. Então vai buscar esse atendimento na emergência de um grande hospital. Uma situação realmente de desastre na saúde do Rio de Janeiro", acentuou.

O coordenador da intervenção ressaltou que o fundamental não é criar "seis ilhas de excelência na saúde do Rio - ou seja seis hospitais maravilhosos - o que vai funcionar muito bem para aquele paciente que conseguir até este hospital". Para Côrtes o importante é promover uma profunda transformação na saúde básica do Rio de Janeiro, com atendimento preventivo de qualidade.