Coordenador do Greenpeace afirma que 82% da população brasileira é contra Angra 3

11/04/2005 - 12h17

Luthianna Hollenbach
Repórter da Agência Brasil

Brasília – De acordo o coordenador da Campanha de Energia do Greenpace, Sérgio Dialetachi, uma pesquisa feita pelo Greenpeace nas principais capitais do Brasil, com 2.300 entrevistados, mostrou que 82% da população não quer a construção de mais uma usina nuclear no Brasil. Na quarta-feira (13), ocorre reunião do Conselho Nacional de Política Energética para discutir a construção da Usina Angra 3.

"Estamos fazendo pressão para que 82% da população brasileira seja ouvida na reunião da quarta-feira que decidirá isso". Segundo o coordenador, o Brasil possui duas usinas nucleares que custam US$ 20 bilhões para serem construídas. "Elas não geram mais do que 2% de toda a eletricidade do país e, nesse exato momento, as duas usinas estão paradas por problemas técnicos. Usinas Nucleares são inseguras, como mostrou o acidente na Chernobil, na Rússia em 1986, além de outros acidentes pelo mundo".

Dialetachi diz que o programa nuclear brasileiro já custou US$ 40 bilhões, em um país que precisa, primeiro, matar a fome da sua população. Afirma que usinas nucleares são ultrapassadas e que vários países desenvolvidos do mundo já estão desativando suas usinas por dois motivos: "usinas nucleares são sujas, sob dois pontos de vista: produzem lixo atômico, que leva milhares de anos para se decompor, e têm muitos segredos por trás delas. Tem sempre a mão de alguém que quer fazer uma bombinha por trás delas. Então são sujas nos dois sentidos", explica.

Existe, segundo ele, pressão de algumas instituições para que a Usina seja construída: "os militares, as construtoras e o lobby dos funcionários da Eletronuclear".

A ministra de Minas e Energia, Dilma Roussef, e o ministro de Integração Nacional, Ciro Gomes, já se posicionaram contra a iniciativa. "Se é uma usina para gerar eletricidade e a ministra de Minas e Energia já disse que não interessa construí-la, que só pretende pensar em Angra 3 depois de 2010, então o que nos assusta é imaginar quais outros grupos estão por trás disso", conta.

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