Rio, 11/4/2005 (Agência Brasil - ABr) - O advogado da Brasil Telecom, Nélio Machado, qualificou de ato abusivo e ilegal o indiciamento da presidente do grupo, Carla Cicco, pela Polícia Federal. Em entrevista, frisou que o ato não tem fundamento e "nasceu de uma presunção". Disse ainda que não foram apresentadas provas.

Machado informou ter impetrado um habeas corpus na 5ª Vara Criminal de São Paulo, antes do depoimento da presidente da Brasil Telecom, para impedir o indiciamento, mas a liminar foi negada. O mérito, porém, ainda não foi julgado.

O mesmo procedimento, revelou, foi adotado em relação ao banqueiro Daniel Dantas, que deverá prestar depoimento na quarta-feira (13). Machado disse acreditar que o depoimento de Dantas acabará da mesma forma que o de Carla Cicco, "uma executiva reconhecida internacionalmente e que não pode ser tratada como uma bandida". Segundo o advogado, ela não se furtou a dar informações. O indiciamento, acrescentou, "é estigmatizante", porque a pessoa deixa de esclarecer e colaborar, e passa a ser apontada como suspeita.

Machado negou que Carla Cicco tenha qualquer envolvimento com a empresa norte-americana Kroll. Disse que houve um único contato durante investigação realizada no exterior pela companhia, em relação à Italia Telecom que, segundo destacou, nada tem a ver com o Brasil.