Dulci destaca retomada do crescimento sustentado em dois anos de governo

06/04/2005 - 0h45

Brasília, 5/4/2005 (Agência Brasil - ABr) - Ao avaliar os dois anos de governo Lula, o ministro Luiz Dulci, da Secretaria Geral da Presidência da República, destacou que o Brasil retomou um ritmo de crescimento sustentado, o que dá mais condições para enfrentar as questões sociais. Dulci participou de debate promovido pela Fundação Perseu Abramo, no Conjunto Cultural da Caixa Econômica.

"A minha avaliação pessoal é que o governo não fez tudo o que gostaria, mas já fez bastante, já é o governo que mais avanços sociais conseguiu desde a redemocratização do país", observou o ministro. Ele enfatizou que o país cresceu 5,2% no período, as exportações estão batendo recordes, mesmo com a flutuação do câmbio, e que há mais empregos. "São 2 milhões de novos empregos com carteira assinada nesse período, sem falar nos postos de trabalho da economia familiar, que não são empregos formais, mas são geração de renda", destacou.

A crise econômica, na avaliação do ministro, foi superada com sacrifício e agora o país colhe os frutos desse sacrifício. Como exemplo, Dulci citou o reajuste do salário mínimo que, no primeiro ano de governo, foi menor do que o esperado pela população. "Agora, neste ano, o reajuste foi significativo. Um resultado já do crescimento", disse.

Para Dulci, o desafio agora é crescer, "mas fazer com que frutos do crescimento sejam compartilhados". O ministro se disse otimista com relação aos próximos dois anos e destacou que as críticas são bem-vindas. "Veja o exemplo do Bolsa Família, que é um importante programa de transferência de renda, e tinha problemas no cadastro. Isso foi alertado pela imprensa e, agora, depois de convênio que fizemos com o Ministério Público, para fiscalizar e rever os cadastros, temos menos problemas", citou.

O presidente do PT, José Genoíno, também fez uma avaliação positiva dos dois anos de governo e lembrou que, além do crescimento econômico e dos programas sociais, o Brasil vem adotando uma política externa ativa. "Realizamos reformas importantes, leis foram aprovadas. Está claro que o processo de mudança do Brasil é, às vezes, lento, mas estamos caminhando rumo a um país forte e integrado socialmente", observou.

Genoíno elogiou a mais nova edição da revista Teoria e Debate, da Fundação Perseu Abramo. A publicação é bimestral e traz, em seu número 61, artigos de Marco Aurélio Garcia (assessor especial da presidência para assuntos internacionais), Paul Singer, Luiz Gushiken (secretário de Comunicação da Presidência), Tânia Bacelar Araújo, Hamilton Pereira (presidente da fundação), entre outros. Além disso, o último número de Teoria e Debate traz uma avaliação dos dois anos do governo Lula, um ensaio sobre os 25 anos do PT e uma entrevista com a economista Maria da Conceição Tavares. "A revista teve e ainda tem um papel fundamental para colocar em debate o pensamento da esquerda democrática, e o faz de uma maneira pluralista. A revista não se omitiu em nenhum momento", avaliou.

O economista Paulo Singer, secretário de Economia Solidária do Ministério do Trabalho, destacou os programas sociais do governo que, em sua opinião, vêm promovendo inclusão social. Um exemplo é o Bolsa Família que já atinge 6,5 milhões de famílias e vem transferindo renda em municípios pobres, mudando a economia local. "O Bolsa Família, em alguns municípios, é mais importante que a transferência do Fundo de Participação dos Municípios", registrou. Segundo Singer, o Bolsa Família tem sido responsável por gerar novas atividades econômicas nas periferias das grandes cidades e nos municípios menores e mais pobres.

O economista lembrou ainda o programa de inclusão bancária do governo, que simplificou o acesso das pessoas pobres a uma conta corrente. "O programa permite à pessoa pobre poupar, e isso é inclusão porque o pobre não tem garantias a oferecer, exigência típica do sistema bancário que cobra em cima do risco para guardar o dinheiro alheio", disse.