Fevereiro registra queda na criação de postos de trabalho no país

22/03/2005 - 17h03

Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Em fevereiro deste ano, foram criados 73.285 postos de trabalho no Brasil, com queda de 0,30% em relação ao mês de janeiro. Apesar deste número mostrar desaceleração em relação a janeiro, quando foram gerados 115.972 empregos com carteira assinada, bem como em relação a fevereiro de 2004, quando os postos de trabalho aumentaram em 139.074, o ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, acha que só a partir do quarto ou quinto mês do ano será possível fazer uma avaliação mais precisa do cenário.

O ministro atribuiu a queda na geração de empregos a fatores sazonais, especialmente nos estados de Alagoas, Pernambuco e Paraíba, onde a antecipação da colheita da cana-de-açúcar resultou na antecipação também de demissões.

Berzoini acha que ainda não se pode atribuir à política de juros a dificuldade na geração de empregos, embora considere que, em qualquer país do mundo, juros altos dificultem a atividade econômica, afetando, conseqüentemente, o mercado de trabalho. O ministro lembrou que tem chamado atenção do governo para que a política de combate à inflação seja sincronizada com as metas sociais.

Na área das exportações, Berzoini lembrou que o preço do dólar, considerado baixo, já mostra sinais de prejuízo para os exportadores, mas ressaltou que os números da balança comercial foram sido positivos nos meses de janeiro e fevereiro últimos.

A soma de empregos gerados em janeiro e fevereiro é de 189.257 postos e, nos últimos 12 meses, o percentual de elevação foi da ordem de 6,31%, o que corresponde ao acréscimo de 1.473.353 oportunidades de trabalho.

No mês de fevereiro, o setor de serviços elevou o mercado de trabalho em 0,52%, a administração pública, em 1,59%, e o comércio, em 0,15%, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, divulgado hoje pelo ministro Ricardo Berzoini. Houve acentuada redução no ritmo de crescimento de empregos no setor da indústria de transformação, que praticamente manteve estável o contingente de empregados com carteira assinada (0,01% ou mais 810 postos de trabalho).

Na agropecuária, houve declínio na oferta de emprego da ordem de 0,11% em fevereiro, devido às atividades ligadas ao complexo sucroalcooleiro na região Nordeste. Os estados que revelaram as melhores performances na geração de empregos em fevereiro foram São Paulo, com mais 52.670, Minas Gerais, com 12.979, e Paraná, com mais 9.147 postos de trabalho.